A raiva (III)

Vou lhe dizer mestre, mesmo que você já saiba, Ele importava-me, me importa, mesmo na incerteza do seu retorno. O amo, juro por todos os deuses que existiram, existem e existirão. Mas sua navegação não é um descuido. Enquanto eu permaneço perdida e peço ao céu que deixe migalhas para que ele volte para mim, Enquanto ele recebe bússolas en cada pouso para guiá-lo ao caminho que o fará voltar aos meus braços. Ele decide não entender, Ele decide ir à direção oposta, Ele decide o fim do mundo, se perder para sempre. Como posso continuar esperando, mestre? Eu confio na sua promessa, É a única coisa que me mantém com vida. Meu amor não é ele, É sua memória, é a esperança. Cada suspiro em seu nome me ofende, me irrita. Não me culpe mestre, não me culpe se eu destruo tudo o que construí em nome da sua espera. Esta raiva profunda não é por causa de sua ausência, É o medo de que a morte chegue primeiro até ele, Pois eu temo que, mesmo na eternidade, ele continue...