Desalento (II)
Espero. Vejo o horizonte, onde o mar une-se ao céu.
Saio a teu encontro, deixo este porto seguro e vou a ti,
com nada mais que meu corpo nu.
Um faminto Poseidon me faz dano,
mas a certeza do teu amor me mantém à tona.
Cada estrela como cada lunar em teu corpo, me guia até teus lábios.
Onde estas?
Em que outros braços vos encontrarei?
Em que outros olhos te refletes?
Em que outro leito descansas antes de partir de novo?
Vem a meu encontro, pois preciso de ti.
Parte logo... Mais uma vez,
Não me importa,
Mas vem para mim, uma última vez,
Mesmo por um momento.
A tua lembrança, bolhas de oxigênio, velas routas,
Desfaz-se.
É necessario saber que ainda estas a viver,
Que ainda pemsas em mim,
Que ainda me amas.
É necessário saber que, no meio desta imensidão,
Fria e escura,
Tu ainda estas procurando o meu calor, assim como eu anseio o teu.
Minha inquietação cresce a cada hora que eu não sei de ti.
Aquilo que me manteve à tona, torna-se uma âncora no meu estômago e me mergulha violentamente,
Me leva à mais profunda escuridão.
Onde estas?
Onde estão as migalhas do teu amor?
Eu não luto,
Não tenho forças nem vontade de resistir ao naufrágio do meu ser.
Deixo-me levar.
Abro meus olhos,
Minhas lágrimas sobem como pequenas bolhas,
Ainda desejando que elas levem minha mensagem de desespero.
Onde estas?
Teu barco está tão quebrado que não podes mais voltar para mim?
Ou é que o tempo jogou uma peça em ti e esqueceste o caminho?
Ou talvez, te lembres do caminho, mas foi a mim quem esqueceste.
A tranquilidade, a calma, a paz,
Todas me abandonaram.
Mas não faz mal,
Eu tambem tenho meus demônios.
E nos veremos novamete,
Nas profundezas deste mar que minhas lágrimas salgaram
Ou no rio que Caronte me ajudará a atravessar,
Se ele aceita o pagamento ridiculo do meu coração roto.
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